9 de nov. de 2014

do sol fálási

cantigas de muito mil
que milhões refez o desfeito
zero, conto daí, chego em si
feito meu peito tal eito
pra enxada cega carpi

dos sónegos que escrevo
conto a nenhuma parada
reclamando do feijão feijoada
marmelo martelo marmelada!

mendigas de cru jacaré
crespo duro casco teu pé
chinelas azedas no sol do ré
tudo deve tanta fé
pra no fi acabar em mi.


3 de nov. de 2014

lua harmônica vermelha

seria conveniente a exatidão de todas essas algumas coisas. convincente decisão abraçável por outro abraço. palpável nos dedos quando encostam, encostam. venha até o meio do escuro que andarão o outro meio. e no fim terá um meio e escuro a luz será. renitente em seu torpor caminhante verdejante, infrutífero. sim nessa árvore os seus frutos estão na copa. sim essa árvore nunca derrubou seus frutos, não irá larga-los em qualquer mão tão facilmente. o grito nunca será escutado se não for gritado, as lágrimas não caem se não forem choradas. o sonho só sonho é se só sonhado for. pra ser vivido, caminho até o meio, talvez chegue no fim sem encontrar o meio. se o topo mostrar-se vazio, pulo. planarei pra sempre pela imensidão.