28 de mar. de 2015

as vezes me pergunto da existência de certas coisas, a própria existência é uma delas, talvez  não passo apenas de uma sombra não nítida desfocada que fortuitamente traça conexão com algumas outras ondas aleatórias. Conexão que dificilmente vai mostrar todas as características, a velocidade da onda e sua não linearidade impede de fazer contato com conhecimentos mais palpáveis, como a amplitude e a inclinação.  Tudo isso pode parecer apenas uma ilusão de coincidência, mas apenas com luz a sombra consegue denotar-se, a onda desfocada precisa, no mínimo, do sol. Sob luzes artificias e condições não naturais a sombra pode virar uma tênue névoa .  Sol deserto, sonho translúcido, a luz, onda que leva á percepção e a mobilidade das ondas também transforma sombras em seres e seres em puros fractais,

17 de mar. de 2015

as vezes parafusos se encaixam
sem a égide do cadáver
sem nem eira nem beira
luz dos olhos que brilha mais forte
luz da lua que reluz refusca
quebro o espelho que me dita
sopro a brisa não mais cinza
pro verde do mundo bailar
filho de um sol estrangeiro
carpiu o eito da ribanceira
cortou o que de mato chamavam então
e tão perto do céu morou
que andorinhas vinham fazer sua casa
embaixo do seu umbigo



5 de mar. de 2015

ninguém

quem é tu
que não te pertence mais
quem é tu
que não sabe quem sou
quem sou eu
achavas que fosse tu
não
eu sou tu
mas tu quer deixar
de ser eu
pois cansa
enjoa
tu sou eu
sei e por isso sentes
sinto
eu e tu
sufocando-se
sentados em cima de mim
que sou eu e sou tu
e que também
ninguém