13 de fev. de 2015

mergulhando

mergulhando
em águas mais profundas
bem mais frias
que na superfície
aqui sonoro respiro
esses fluídos glaciais
e sobretudo penso
deve ter molhado meu telefone
ou esquecido alguma coisa
importante
subo um pouco e sinto o calor
nas minhas costas
é nítida a separação
ergo a cabeça e respiro
a água quente entra em meus pulmões
queimando
meu peito aperta-se
minha cabeça desvanece
enquanto a mente atinge
fornalhas de êxtase
que fundem certezas de bronze
e medos de ferro
mergulho novamente
remoldando-me
e cada vez que subo
respirar
preciso mergulhar mais fundo,
ao frio
pra tomar
algum fôlego.

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