30 de out. de 2013

laranja

ó laranja da mesma cor
sublime fruta dos campos frios
revestida da mais pura casca
cujos mais inexperientes tiram pedaços
e os espertos grandes elipses
amarga na boca do rei
docemente macia pra um descalço
seu cheiro espalha-se pelos ares
em grandes nuvens cítricas
depositam-se sobre os bigodes
como um grande beijo roubado
pobres são suas sementes
encaram o mundo já conscientemente
do seu destino palpável e cruel
o abandono em uma terra infértil
presas a um mundo infalível
que não as pertence.

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