29 de jan. de 2014

embriagante

Nos confins apregoados 
escondidos dos surdos ascetas
que choram sua liberdade, enjaulados
buscando sua derradeira meca

sorriso roxo de dentes tortos
favas contadas não movem moinhos
cães idolatram as cores erradas
o que não amarela, azula

Há certeza no que digo
fulgura brilho no que conto
farto de tantas mentiras
escuto apenas o sussurro
dos esvoaçantes pássaros
como andorinhas
que desistiram de voar pro sul,
minha garrafa de cachaça
há muito que é de plástico.

No gosto azedo de tua boca
no canto morno do abraço
lençóis brancos que acordam no chão
cortinas abertas toco meu sol
Janelas fechadas:
a felicidade
nunca vai sair daqui

Nenhum comentário: