6 de mar. de 2014

poesia dos grilos que amavam demais o seu exoesquetelo

trouxeram minha rotina
embalada na luz elétrica
deram dois olhos brancos
e uma forma hermética

e remexo e desfaço e amarro
repenso, fabrico repuxo
o que não cai sobe nem desce
diminui quiçá nunca cresce

Meu mundo
meu fundo
meu gelo
armadura de chumbo sem fundo
em nenhuma mortalha
cabe uma fortaleza

espelhos que quebram não refletem
olhos biônicos fitam mas não olham
no óbvio o absurdo se refaz
se nem todo o tesouro se desfaz
pra aqueles que fugiram do motim
não deixem um xelim

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