22 de abr. de 2014

entropia

assanhado por qualquer motivo
vou ter que escrever isso, não tem jeito
os mares do sul viraram plantação de trigo
do ouvido deu pra se ver muito bem
inabalável entropia não-dantesca
as saias fizeram-se lenços
o vinho da água partiu
alimentando flores com bicos de águia
 os nobres fizeram-se nômades
e com certeza nenhuma roupa
para no varal.

não mais se estuda
basta só aprender
pois até os tubarões
provaram um verde brócolis
E os burros dão aulas universitárias
zurrando

a intrepidez virou medo
as fortes asas dos albatrozes
são agora velas de navios
e o modo de vida foi imposto
já que gosta tanto de mar
que reme pra sempre em uma galé

vivendo com as pupilas contraídas
a luz apoderou-se da sua alma
fogueiras reluzentes são raras
andam dizendo que o fogo molhou-se.

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