15 de mai. de 2014

Esqueci de lembrar de pensar todo penso é torto

vou torto de lado, assim meio alquebrado
sinto o faca que empata muita jogata
do lado esquerdo vejo pilastras de luzes
estourando os sucessos com seus obuses

respiro a fumaça queimada do óleo denso
cavalos-vapor não comem grama
não há mais alazão com fama
nem com pinta de revolucionário
napoleão há muito anda de hilux
pra compensar sua baixa estatura
sempre fiel à república
mas vive com a testa enrugada
pelos juros do seguro de vida

horus solitário no limbo
passa seus dias a dançar
rotulado de malvado o dedo foi apontado
não sabem que levantará
e no destino de deglutir deuses
verdes notas engolirá

reto ando batendo nas paredes
sinto o cheiro da vida ao lado
que me olha gritando nos olhos
cantam que não escutas o trinido
a despertar do cômodo sacolejo
caio sempre no corpo que habito
afogado dos prantos não aliviados
onde sirvo pra ser errante
respiro trôpego e vacilante
das favas que muito contei
metade desperdicei

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