19 de nov. de 2013

sonoros duendes me gritam pelas costas enquanto caminho sossegadamente pela rua

bolhufas de nada giram constantemente sobre o piso quente e negro
olhares vazios em cima de rodas
sentados em grandes sofás
apertando pequenos botões
girando girando girando manivelas

pisando num solo que nada nasce
dito perfeito por ser estéril
as criaturas estão fugindo
escondendo-se dentro de grandes caixas modernas
mortas estão as sementes

vejo o sol pela manhã
zomba de mim por não ter o seu brilho
os gritos inocentes dos pássaros
zombam de mim por não ter sua liberdade
a lua e sua beleza penitente
gargalha dos meus uivos
ao céu estrelado clamo as chagas
libertas do pus, da sujeira e podridão
já rio de mim mesmo
pra não rir em solidão.

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